Faz Parte Do Meu Show

Te pego na escola e encho a tua bola com todo o meu amor
Te levo pra festa e testo o teu sexo com ar de professor
Faço promessas malucas tão curtas quanto um sonho bom
Se eu te escondo a verdade, baby, é pra te proteger da solidão

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Confundo as tuas coxas com as de outras moças
Te mostro toda a dor
Te faço um filho
Te dou outra vida pra te mostrar quem sou
Vago na lua deserta das pedras do Arpoador
Digo ‘alô’ ao inimigo
Encontro um abrigo no peito do meu traidor

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Invento desculpas, provoco uma briga, digo que não estou
Vivo num ‘clip’ sem nexo
Um pierrot retrocesso
meio bossa nova e ‘rock’n roll’

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Meu amor, meu amor, meu amor…
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Opa ! não é Chico Buarque, dessa vez é Cazuza…
Bom…o que primeiro quero destacar é que não vou construir aqui uma crítica puramente social, nem puramente intimista, quero apenas dizer que nota-se nesta música uns “flashs” de uma vida cheia de juventude e intensidade.

“Te pego na escola e encho a tua bola com todo o meu amor…”, não tem como ler este trecho e não sentir saudades dos tempos de escola, da adolescência, dos primeiros amores, das primeiras sensações, tudo isso configura em nossa memória imagens boas e saudosas, uma juventude única que transborda vida.

“Faço promessas malucas tão curtas quanto um sonho bom
Se eu te escondo a verdade, baby, é pra te proteger da solidão…”
Um amor jovem, curto e sem compromisso, mas é a partir desse amor é que as coisas evoluem e se tornam mais sérias, no entanto ainda com gosto de brincadeira: ” Confundo as tuas coxas com as de outras moças/Te mostro toda a dor/Te faço um filho/Te dou outra vida pra te mostrar quem sou…”. Este narrador que conta para pessoa amada seu caráter, sua coragem, seu jeito forte e potente de mostrar como é a vida com ele, ao mesmo tempo, usando verbos no presente, é um filme perfeito de algo que já foi e chegou ao fim, uma vida que pra ele não faz mais sentindo: “Vivo num ‘clip’ sem nexo…”.
Então, temos a tragetória de um amor que pela melodia e pela letra nos deixa claro a nostalgia de toda essa história.
Mas o que temos de tão importante em escrever sobre essa música?
O que temos de importante em escrever sobre uma coisa que passa pelo nossos olhos como uma simples música meio romântica?
O que eu quero destacar aqui é que as mais simples coisas da vida, os mais inocentes amores, as menores atitudes, tudo de simples constrói a nossa vida, nossa vida particular, nossa vida social e as consequências estão em todas as classes, não respeita cor e não respeita religião, nossas escolhas refletem a sociedade e caracterizam a mesma. São detalhes da nossa vida particular que configuram a nossa história, é a história que compartilhamos com todos e que ao mesmo tempo é tão única.
O título da música resume e se encaixa perfeitamente ao caráter do narrador e a visão de vida que ela transmite: “Faz parte do meu Show”
Assim a vida se faz em palco, onde vivemos o nosso show, onde cada um possuí sua performace, onde nossos atos se misturam e geram consequências, sem que possamos desviar do que há de vir.
Isto me saiu mais intimista mesmo, mas não importa.

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